O caso dos dez negrinhos ou E não sobrou nenhum
O livro desta semana é de enloquecer qualquer. Enquanto não chegarmos à revelação do doido ou da doida assassino a gente não para.
Estamos falando de: E
não sobrou nenhum (antes o título era O
caso dos dez negrinhos), de Agatha Christie.
Lançado em 1938 permanece um
livro impactante como todo bom livro de suspense. Tudo começa com uma história infantil (como as histórias infantis guardam verdades):
Dez negrinhos vão
jantar enquanto não chove;
Um deles se
engasgou e então ficaram nove.
Nove negrinhos sem
dormir: não é biscoito!
Um deles cai no
sono, e então ficaram oito.
Oito negrinhos vão
a Devon de charrete:
Um não quis mais
voltar, e então ficaram sete.
Sete negrinhos vão
rachar lenha, mas eis
Que um deles se
corta, e então ficaram seis.
Seis negrinhos de
uma colmeia fazem brinco;
A um pica uma
abelha, e então ficaram cinco.
Cinco negrinhos no
foro, a tomar ares;
Um ali foi julgado,
e então ficaram dois pares.
Quatro negrinhos no
mar; a um tragou de vez
O arenque defumado,
e então ficaram três.
Três negrinhos
passeando no Zoo. E depois?
O urso abraçou um,
e então ficaram dois.
Dois negrinhos
brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se
queimou, e então ficou só um.
Um negrinho aqui
está a sós, apenas um;
Ele então se
enforcou, e ficou nenhum.
É claro que gente nem tchum para esta história de negrinhos que vão diminuindo até não sobrar nenhum. Mas, minha gente, depois a gente volta o tempo todo a ela para tentar entender o que está acontecendo na ilha.
A historieta é a fonte inspiradora para a
série de assassinatos que acontecerão na Ilha do Negro, na Inglaterra, onde há apenas uma casa para onde os dez convidados são levados. A casa da morte.
Os personagens são:
Tony Marston, um motorista.
O casal de empregados Thomas e
Ethel Rogers.
Emily Brent, uma solteirona
religiosa.
Lawrence Wargrave, um juiz
aposentado.
O médico Armstrong.
O ex-policial Blore.
Uma governanta Vera Claythorne.
O general Macarthur.
E Philip Lombard.
Essas dez pessoas que não se conheciam são convidadas por um tal de Owen a irem a Ilha do Negro e quando lá chegam a história dos dez negrinhos passa a
ser uma premonição do que acontecerá com todos na ilha: não sobrará um para contar história. E tudo acontecerá muito rápido, em 2
dois dias de muito babado e confusão. Já sabemos que todos irão morrer. (Se não fosse a mágica da Agatha Christie a gente nem iria continuar a ler). O que fica martelando em nossa cabeça all the time é quem dos 10 é o assassino ou assassina.
Lógico que vamos ter que nos perguntar: Quem matou Odete Roitman?
No caso são dez Odetes Roitmans
Enquanto ficamos nos perguntando quem está matando um a um, os personagens ficam aflitos a partir da segunda morte quando
percebem a semelhança dos assassinatos com a história infantil. E todos passam
a desconfiar de todos. Qualquer um pode ser o assassino. Essa dúvida não é
suficiente para impedir que as mortes aconteçam. Todos são levados, cada vez mais, pelo
desespero e o isolamento da ilha. Como disse o personagem Philip Lombard ao
Blore:
“- Sua falta de imaginação fará
de você a vítima ideal”.
O desespero de ver um morrer
envenenado na frente de todos. Depois outro na cama. O terceiro com uma
machadada logo de manhã. Outro também enquanto ficava vendo o mar. O quinto com
uma injeção hipodérmica. O sexto com um tiro na cabeça. O sétimo afogado. O
oitavo com um mármore jogado na cabeça. O nono com tiro e o décimo enforcado. (Não é spoiler. Contei a morte, mas não o morto)
Uma história fascinante de
suspense até as últimas páginas descobrirmos que a assassina ou o assassino é...(só lendo agora para saber)
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