Os políticos precisam do povo

"Eles (os políticos) precisam do povo. Se alimentam dos votos deles a casa eleição. Quando eles querem comer é na minha porta que vem bater". 

Velho Chico - 07/04

A História tem muitas lições a nos dar. E uma que fico sempre pensando em relação a sociedade na qual eu me movimento é a ideia que o que passou nem sempre passou. Há resquícios de muitos momentos históricos em nosso cotidiano, em nossas práticas. O coronel Afrânio (Rodrigo Santoro) convidou Carlos Eduardo (Rafael Vitti) para casar com sua filha. Nesse momento de conversa entre Afrânio e Carlos Eduardo há uma frase do coronel que dita no anos 1980 reflete hoje (2016) em nossa sociedade. As marcas das relações permanecem para o bem ou para o mal. Quando Karl Marx é demonizado por muitos, a gente entende o poder de seu raciocínio. O povo vive sem saber do poder que tem. "Trabalhadores do mundo interior. Uni-vos". Sim, Marx. É na união por um propósito que podemos diminuir as enormes desigualdades que permanecem em nosso país. E uma das maiores afrontas é político ter tantos privilégios, receber tanto dinheiro (fora os desvios) para exercer o papel de nos representar quando o que menos fazem é nos representar. Mas sim nos desunir. Criando a ideia de que apenas um lado presta, que há apenas um jeito de pensar o mundo. Quando o que deveria está em jogo é qual tem efetivado uma melhoria para a população, quem tem proporcionado melhorias na educação para que possamos ser mais críticos e menos opinativos, quem tem deixado de lado a briga pelo poder pelo poder. Parece que quase ninguém. E sabe de quem é a culpa? Nossa! Sim, somos nós que os alimentamos com nossos votos e não fazemos nada. Não discordamos. Não exigimos. Não somos mais rigorosos. Nem lembrar em quem votamos nós lembramos. E ficamos fazendo o jogo deles. Eles tratam o povo pior que cachorro. Cagam na nossa cara cotidianamente e depois posam de vítimas, de salvadores da pátria. Quando, de fato, são abutres da pátria. É, Velho Chico, não há nada de novo sob o sol mesmo.